29.8.02

Vice de Bush quer atacar logo o Iraque

Nova York - O vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, defendeu o plano do governo do presidente George W. Bush para derrubar o regime do presidente iraquiano Saddam Hussein. "São familiares para mim os argumentos contrários a uma ação no caso de Saddam Hussein. Alguns admitem que Saddam é mau, faminto de poder e uma ameaça, mas dizem que, até que ele ultrapasse os limites e consiga ter armas nucleares, nós deveríamos descartar qualquer ação preventiva. Essa lógica me parece profundamente falha", disse Cheney em discurso na associação Veteranos de Guerras Estrangeiras (VFW), em Nashville (Tennessee).
O pronunciamento foi transmitido pelas maiores redes de televisão dos EUA. Segundo Cheney, "não há dúvidas de que Saddam tem armas de destruição em massa". O vice presidente acrescentou que os EUA "não vão viver à mercê de terroristas ou de regimes terroristas".
O vice-presidente declarou que deixar de agir logo daria a Saddam Hussein tempo para fortalecer o regime. "Se nós esperássemos até esse momento, Saddam simplesmente se tornaria mais audacioso e seria ainda mais difícil para nós reunir amigos e aliados que se oponham a ele", afirmou. Ele também se disse confiante em que Bush vai consultar o Congresso e os aliados dos EUA antes de decidir sobre curso de ação.
No rancho de Bush em Crawford (Texas), onde o presidente passa férias desde o começo de agosto, um funcionário do governo disse que, na opinião dos advogados da Casa Branca, não será necessário pedir permissão ao Congresso para lançar uma ação militar de grande escala contra o Iraque.

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[O ataque ao Iraque está programado para o dia 11 de setembro, se não me engano]

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Saddam se prepara para guerra urbana, diz jornal dos EUA

Washington - O presidente do Iraque, Saddam Hussein, planeja defender o país, em caso de uma invasão norte-americana, mediante batalhas urbanas, onde os combatentes lutarão nas ruas das cidades, informa hoje o jornal The New York Times. O diário, que cita declarações de especialistas militares norte-americanos, diz que o líder iraquiano sabe que o país não tem esperança de sobreviver em uma batalha aberta.
O ex-analista da CIA Kenneth Pollack estima que Saddam tentará forçar os Estados Unidos a se lançarem em uma invasão casa a casa nas cidades iraquianas. Outros especialistas militares citados pelo jornal indicam que as forças armadas iraquianas, que dispõem atualmente de 350.000 homens - um terço da dimensão na época da Guerra do Golfo de 1991 -, estão reforçando as posições defensivas em torno da capital Bagdá e distribuindo as unidades sobre o terreno de modo a evitar um massacre em caso de possíveis ataques aéreos.
O general do exército da reserva Barry McCaffrey, que foi um dos comandantes da Guerra do Golfo, prevê que as forças iraquianas se "desmoronarão" diante de um ataque norte-americano. A guerra, disse McCaffrey, poderia durar apenas poucas semanas, mas custará muitas baixas aos Estados Unidos.

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