Quinta, 29 de agosto de 2002, 08h35
Inglaterra quer dar ultimato a Saddam Hussein

A Inglaterra poderá dar um ultimato ao Iraque para o retorno dos inspetores de armas da ONU ao país. A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Comuns vai propor ao Conselho de Segurança da ONU que marque um prazo final para que Saddam Hussein aceite o retorno dos inspetores. O plano está sendo apreciado pelo gabinete do primeiro-ministro Tony Blair.
A Comissão da Câmara, no entanto, não propôs o método de retaliação se o prazo não for cumprido.

***

Quinta, 29 de agosto de 2002, 10h06
Bagdá desafia Cheney a provar existência de armas biológicas

Bagdá desafiou o vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, a fornecer provas de que o Iraque desenvolve ou tem armas de destruição em massa, proibidas pela ONU neste país. Um editorial publicado hoje pelo jornal Al-Zaura, órgão oficial do partido governante Baaz, afirma que "se Cheney está tão seguro de suas acusações, porque não as mostra as provas ao Congresso dos Estados Unidos para convencê-los de que seria legítima uma agressão contra o Iraque".
Cheney defendeu ontem a execução de um "ataque preventivo" contra o Iraque e reiterou que não tem dúvidas de que aquele país dispõe de armas químicas e biológicas. "Cheney continua mintindo e precisará de toda credibilidade até que possa provar suas acusações", acrescenta a publicação.
O Iraque mostrou a um grupo de jornalistas um armazém para estoque de inseticidas e pesticidas que, segundo os EUA, era uma fábrica de armas químicas e biológicas. O jornal afirma que o presidente dos EUA, George W. Bush, é "uma marionete movida pelos dedos de Cheney e pelo seu secretário de Defesa, Donald Rumsfeld", considerados os principais incentivadores de um ataque ao Iraque.

***

Quinta, 29 de agosto de 2002, 09h32
Militares anunciam ataque ao Iraque para antes de dezembro

Os Estados Unidos devem lançar uma ofensiva militar contra o Iraque até o dia 30 de novembro, conforme dois oficiais superiores norte-americanos citados hoje pelo jornal israelense Maariv, que não os identifica. Esta ofensiva deve durar várias semanas e se prolongará "até a liquidação efetiva" do presidente iraquiano Saddam Hussein, informaram os dois generais em um recente informe detalhado, apresentado a oficiais israelenses e jordanianos.
"Faremos que o Iraque não possa atacar Israel. Tentaremos atingir o mais rápido possível os lançadores (de mísseis Scud) e o Estado de Israel será informado a tempo", afirmou um dos generais americanos ao apresentar o informe. "Esperamos que não haja necessidade de reagir", acrescentou o militar, que foi citado por oficiais israelenses.
De acordo com o plano previsto, os Estados Unidos devem lançar um ataque aéreo em massa, junto com bombardeios a partir do mar e uma ofensiva por terra, adiantou Maariv. O jornal informa ainda que os oficiais superiores norte-americanos fizeram nas últimas semanas verificações nos depósitos dos EUA em Israel. Durante a guerra do Golfo, em 1991, Israel foi atingido por 39 mísseis iraquianos, que provocaram dois mortos e centenas de feridos.