Gasolina vaza e provoca pânico
Combustível nas galerias de ruas na Imbiribeira apavorou moradores, que temiam explosão
Um vazamento de gasolina para uma rede de galerias de águas pluviais das ruas Gonçalves Magalhães e José Fernandes Portugal, na Imbiribeira, levou pânico, ontem, aos moradores do local. Há 10 dias eles vinham sentido cheiro de combustível nas ruas, mas o odor aumentou tanto no domingo pela manhã que todos deixaram suas casas com medo de um incêndio ou explosão. Revoltados também com a demora dos órgãos competentes em prestar socorro, eles fecharam as vias com pedras e sacos de areia até a chegada do Corpo de Bombeiros. A origem do vazamento ainda não foi identificada.
O problema começou no dia 25 de julho, uma quinta-feira. A Emlurb estava limpando as galerias e os garis sentiram o cheiro, sendo que um deles chegou a passar mal. Os moradores ligaram para o CB, que só enviou uma viatura no sábado à noite. "Eles vieram aqui, olharam, mas disseram que não podiam fazer nada, nem podiam isolar a rua. Que os bombeiros só agiriam se acontecesse um acidente", declarou a socióloga Leir Alves Barreto, moradora da vila desde a década de 70.
Na semana seguinte, a comunidade tentou entrar em contato com outros órgãos. Brigada Ambiental e Diretoria de Controle Urbano (Dircon) apareceram, mas também não tomaram providências. Ontem, como o cheiro aumentou muito, eles abriram várias tampas das galerias, numa tentativa de identificar a origem do vazamento. Novamente apelaram para o CB, que enviou uma viatura no início da tarde. A concentração de combustível nas galerias era tão grande que o advogado Lourian Moraes conseguiu atear fogo a um papel depois de molhá-lo com o líquido.
ESPUMA - Como solução paliativa, o Corpo de Bombeiros encheu todos os bueiros com 17 mil litros de água e espuma. Representantes da Emlurb, Dircon e Companhia Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH) chegaram ao local por volta das 16h, enquanto o CB realizava esta operação. O diretor de Controle Ambiental da CPRH, Geraldo Miranda, foi taxativo em afirmar que o líquido se tratava de gasolina. "O odor é característico. Não há nem necessidade de análise",declarou. Com a ação do CB, o combustível foi empurrado galeria abaixo até o canal da rua Senador Robert Kennedy, que vai desaguar no rio Tejipió. Miranda descartou perigo de incêndio ou explosão, já que o combustível foi diluído em água corrente.
Mesmo assim, os moradores continuam apreensivos. O combustível se infiltrou no esgoto de várias casas que têm ligação direta do esgoto com a galeria pluvial. Foi o caso de Luzinete Tenório de Santana, que mora em uma casa do bairro em mantém um pequeno bar em outra. "Acordei às 4h com esse cheiro e não dormi mais. Fiz o almoço do bar, pra nem acender fósforo aqui", declarou. A única coisa boa nisso tudo, diz a comunidade, é que eles não são os únicos a querer distância da gasolina: desde o início do problema, há 10 dias, o bairro está livre das baratas.
[Diário de Pernambuco]
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