05 de setembro, 2002 - Publicado às 15h43 GMT
Estudo afirma que HIV pode reinfectar portadores do vírus
Médicos estão alertando seus pacientes portadores do HIV, o vírus causador da Aids, que eles podem ser infectados de novo com uma diferente forma do vírus, no caso da prática de sexo inseguro.
O alerta foi lançado depois que um homem de 38 anos foi infectado com uma segunda forma do vírus, dois anos depois de ter sido diagnosticado como portador do HIV.
O caso foi publicado por médicos suíços no The New England Journal of Medicine.
A reinfecção com o HIV pode tornar a doença mais grave. Até então, acreditava-se que um corpo uma vez infectado com o vírus estaria imune a outras formas do HIV, o que seria um facilitador para o desenvolvimento de uma vacina.
Vacina
O caso publicado é de relevância para o trabalho de cientistas que estão tentando desenvolver uma vacina para a Aids.
O médico americano Bruce Walker disse que o estudo resulta na preocupação de que, no caso da descoberta de uma vacina, ela não seria capaz de combater todos os tipos do HIV.
Existem cerca de uma dúzia de formas do HIV já registradas em todo o mundo. Os cientistas já trabalham em vacinas para regiões específicas do planeta.
Sexo seguro
Os cientistas suíços que publicaram o caso disseram que ele também ilustra a necessidade de que pessoas já com a doença façam sexo seguro. Casos similares de reinfecção foram diagnosticados nos Estados Unidos e na Tailândia.
No estudo publicado nesta semana, o homem de 38 anos foi diagnosticado com HIV em 1998.
A partir de então, seu caso passou a ser estudado pelos médicos suíços, que pesquisavam os efeitos alcançados quando se combate o vírus nos estágios iniciais da doença.
O homem foi tratado com sucesso por mais de dois anos e chegou a ter a medicação suspensa e a tomar uma vacina experimental para melhorar seu sistema imunológico.
Entretanto, em abril de 2001, semanas depois de ter tido uma relação sexual sem preservativos com um parceiro, seu nível de vírus HIV subiu.
Os médicos descobriram estão que ele havia sido infectado com uma segunda forma do HIV.
Desde então, ele voltou a tomar remédios e está respondendo bem ao tratamento.
O médico Bernard Hirschel, da Universidade de Genebra, envolvido no estudo, afirmou que o caso mostra a falta de conhecimento médico sobre o HIV.
"O que realmente nos teria ajudado muito a solucionar de vez esse caso teria sido achar o parceiro do nosso paciente, que transmitiu de novo o HIV para ele", disse Hirschel.
"Mas ele teve vários parceiros no Brasil. Então, não temos esperança", completou.
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