28.11.02

Ah, eu li o hosrócopo de Thiago nesse site e fui ver o meu...
Eu não acho que bata tanto quanto o de Thiago bateu... apenas 90% das coisas correspondem a realidade...
Afinal, eu não sou o centro do mundo, não acho que eu fale em mim demais! ehhehhe (Nada... tanto que qual é o nome do Blog? heheheh)
Mas eu não acho que o Sol nasça por minha causa, porque se dependesse de mim ele só nasceria lá pro final da tarde, na verdade ele só nasceria e se poria, o meio tempo ele ficaria escondido atrás de uma núvem...
Mas leiam o texto e digam se eu sou tanto quanto ele diz...

***

Um egoísta é alguém que não pensa em mim.

É muito fácil reconhecer um leão em público: basta localizar o pavão do pedaço, que você chegou nele. Ele estará abrindo e fechando seu leque emplumado, com um ar teatral e levemente superior, hipnotizando a platéia e esperando condescendente por aplausos. Seus gestos são largos e suntuosos, sua fala tem pausas dramáticas e ele pronuncia várias vezes "eu", "me", "mim", "comigo" - um leão nunca deixa de anunciar que a idéia genial foi dele, e graças ao talento ímpar dele o projeto grandioso (dele) finalmente saiu. O mais insólito é que ninguém vai achá-lo pomposo ou antipático: ao contrário, todos continuarão magnetizados por tanta realeza natural. Pois o egocentrismo leonino não tem nada de mesquinho. O leão é até pródigo demais: um rei que paga banquetes, empresta o carro e dinheiro de olhos fechados e arranja colocação para todos seus conhecidos, só esperando dos agraciados o devido reconhecimento e devoção eterna.

No coração do leão cabe todo mundo - o que lhe causa, às vezes, aborrecimentos inesperados. Sua mejestade, com toda aquela pose, é um tremendo ingênuo, e vive na ilusão de que tal o mundo é uma extensão das virtudes leoninas, e seus contemporâneos são réplicas motorizadas dos cavaleiros da Távola Redonda. É aí que o leão quebra a cara. Mas nem assim abaixa a juba - ele é orgulhoso demais para ficar remoendo as mesquinharias do dia-a-dia, que encara como meros acidentes de percurso. Sua falta de objetividade é diretamente proporcional ao otimismo narcisista: todo leão está convencido de que o sol se levanta para ele, não por motivos astronômicos.

Portanto, ame-o ou deixe-o. E se você se decidir pela primeira hipótese, ganhará uma fera em lealdade para o resto da vida. Porque, ao contrário do astro que rege este signo, o Sol, o leonino não brilha sozinho. Depende de alguém para conseguir irradiar luz - e isso ele reconhece. Sem um refletor que amplie e aperfeiçoe sua auto-imagem, ele não passará de um empoeirado e gasto leão de tapete.

Textos de Marília Pacheco Fiorillo e Marylou Simonsen, publicados no livro "Use e Abuse do seu Signo", editado pela LP&M.


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