29.11.02

Do blog Você Não Acreditaria:

Ele abriu a porta de casa e a viu. Do lado de fora, ela exibia aquele sorriso que ele tanto gostava.
Ela entrou e ele sentiu seu perfume. De canto de olho, enquanto fechava a porta, ele reparou que não havia marca de calcinhas no micro vestido dela. Fechou a porta e tentou se controlar pra não dar bandeira das mudanças que (já) estavam ocorrendo em suas calças.
Iniciaram uma conversa meio sem pé nem cabeça, bem banal mesmo... o tempo lá fora, o trânsito, as ruas...
Haviam se conhecido no dia anterior, numa balada que prometia ser a maior furada do século. Gente chata, enfadonha, falsa, feia, fedida, dançando sons que nem de perto lhe agradavam.
Então ela apareceu. Parecia tão animada quanto ele, e ao que tudo indicava preparava-se para ir embora. Rapidamente ele se levantou e iniciou um papo com ela, que só então pareceu reparar nele, e, de alguma forma, aconteceu uma daquelas coisas que só acontecem 1 vez na vida de um homem: aquela gata descomunal se interessou por ele ali, naquele momento, e demonstrou isso.
O papo foi maravilhoso, e ele pensou estar sonhando quando ela se convidou para ir à casa dele no dia seguinte com um sorriso safado.
E ali estava ela, falando com ele, sorrindo, sentada em seu sofá, ao seu lado, com uma mão na sua perna...
Estaria ele viajando ou a mão dela já subira uns 5 centimetros desde a ultima vez que ele reparara?
Ele não estava viajando, e alguns minutos depois eles já estavam enrolados na cama, nus e nas preliminares.
"Nossa, essa mina é muito gata!" era o pensamento que passava pela mente dele a cada 2 segundos e meio - só o tempo de acabar e recomeçar a pensar.
E a coisa foi rolando normalmente, e ele tinha pensado em tudo - iluminação, camisinha, portas trancadas, casa vazia, sonzinho ambiente, etc e tal... logo já estavam no bem bom, no rala e rola, no troca troca, no ... bem, vocês entenderam.
E lá estava ele, na performance do ano, mandando ver naquele monumento, pensando "ah, se meus amigos me vissem agora - tenho que tirar foto dela antes dela ir embora - vou roubar o RG dela pra provar" e outras coisas nesse estilo, quando ela gemeu:
- Me xinga.
- Hã?
- Vai, me xinga, me xinga...
Ah, mas isso tava bom demais...
- Você quer mesmo que eu te xingue?
- Sim... sim....
Ele acelerou o ritmo, empolgado.
- Você gosta que te xinguem, sua vadia?
- Sim, siiiiiim... sou vadia...
- Ah, bem que eu imaginei que você era uma safada... cachorra...
- Sim, xinga a sua cachorra...
- Ah, mas que ordinária que você é, que cretina....
- Ordináááária... aaaaiiii.... sim.... não pára...
E ele tava ficando louco, já quase chegando no seu limite, cada vez acelerando mais, doido...
- Sim! Sim! Sua puta!!!
- Não. Puta não.
Pronto. Ela parara totalmente os movimentos e retirara-o de dentro dela mais rápido do que ele levara a perceber que ela estava séria agora.
- Mas... mas...
- Não gostei. Você exagerou.
Ela estava mais vestida do que estivera quando entrou em casa, e ele também já estava com o Coiso lá pra baixo, e começou a se indignar enquanto se vestia...
- Vadia, safada, cachorra, ordinária, cretina, pode... puta não pode? Você devia ter me mostrado uma lista do que pode e o que não pode.
- Puta é a sua mãe.
- Sim, eu devo ser um filho da puta mesmo pra inda te aturar na minha casa.
- Eu nunca dei motivos pra você me chamar de puta!
BAM! Ela bateu a porta da casa dele com força, deixando-o puto da vida e com uma frustração e desejo de vingança do tamanho do universo.
De repente, batem à sua porta. Ele abre, é ela, com a cabeça baixa.
- ... não tenho dinheiro pro taxi... você pode me emprestar algum?
Ele alargou um sorriso vitorioso, e ela logo emendou, com a cabeça mais baixa ainda:
- Eutedevolvoamanhãdemanhã.
Ele colocou duas notas de cem na mão dela, ainda sorrindo.
- Não precisa, já paguei mais por piores.
E fechou a porta, leve, muito leve, enquanto ouvia os gritos histéricos do lado de fora de casa.

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