28.12.01

Estamos longe de ter esperança de um final de ano de paz. Infelizmente, mais uma vez parece que vamos para a passagem do ano com o mundo banhado em sangue e sem perspectiva de tranqüilidade próxima, o que mostra toda a nossa barbárie, e nos coloca num estágio muito pouco acima ainda dos animais. A história das civilizações é a história das guerras, e por mais que nos consideremos civilizados esse desejo primitivo de nos matarmos uns aos outros é a prova de que os 11 mil anos que nos separam de nossos ancestrais caçadores-coletores pouco serviram para eliminar o primitivismo que parece nos puxar de volta a um passado violento.

Entraremos o próximo ano com guerras em curso, ou com fortes possibilidades no ar. Os EUA nem bem acabaram sua sanha destruidora contra o Afeganistão já começam a arreganhar os dentes contra o Iraque e a Somália, onde eles consideram que existem mais terroristas. Na vingança contra Osama bin Laden, os americanos conseguiram destruir um país que já estava arrasado, mataram milhares de civis inocentes, mas não conseguiram capturar nem Bin Laden nem o chefe dos talibãs, o mulá Omar. Apesar disso, dizem que a campanha foi uma vitória e estão prontos para atacar outros “focos terroristas”.

Fora isso, temos o eterno conflito entre árabes e judeus, que parece ser insolúvel, que provoca morte e destruição com uma rotina que já nem mais merece destaque nos noticiários. O conflito do Oriente Médio, apesar de se arrastar há quase cinco décadas, nunca foi encarado seriamente pelas grandes potências, que estão interessadas que a situação se eternize. Judeus e árabes, dois povos com ancestrais comuns, já deviam ter há muito aprendido a conviver juntos, mas o gosto pela violência e o culto da morte parecem ser mais fortes que o desejo civilizatório e os arrastam para a guerra.

Além disso, temos agora também uma nova ameaça de conflito entre Índia e Paquistão, dois países miseráveis que deviam estar preocupados em resolver os problemas sociais de seus povos, mas insistem em se hostilizar desde que Gandhi e Nehru conseguiram a independência do subcontinente indiano, em 47. Desde a independência, quando foi criado um estado indiano e os muçulmanos Paquistão e Bangladesh, que a carnificina é estimulada entre os dois povos. O problema é que hoje ambos têm tecnologia nuclear e ameaçam pulverizar um ao outro com um ataque atômico. Se isso acontecer, a tragédia do World Trade Center vai parecer brincadeira perto do Feliz Ano-Novo que teremos.

http://www.tribuna.inf.br/
(é uma opinião que queria compartilhar e atissar vcs...)

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