22.6.03

Apesar de não ler, nem pensar em ler... Vou colar aqui sobre Harry Potter...

Mais sombrio, quinto Harry Potter prende leitor até o final
Darren Waters

Após três anos de espera, JK Rowling finalmente readmitiu sua legião de fãs no mundo mágico de Harry Potter.
Felizmente, em "Harry Potter e a Ordem da Fênix", ela não mexeu em nenhum dos ingredientes que fizeram de seus livros um fenômeno internacional.
O quinto livro abre com Harry Potter preso na casa dos detestáveis Dursleys, a família da tia de Harry que o adotou quando bebê.
Mas, rapidamente, a narrativa começa a crepitar com Harry confrontando dois monstros enviados para atacar o jovem feiticeiro.

A Ordem da Fênix

Os atos de mágica do personagem balançam os rígidos códigos do mundo da feitiçaria e Harry chega a ser ameaçado de expulsão ou de ter a sua varinha destruída.
Harry, que no quarto livro havia descoberto que seu poderoso inimigo Voldemort havia voltado do reino dos mortos, é colocado no círculo protetor da Ordem da Fênix, uma benevolente assembléia de bruxos e bruxas.
A ordem jurou derrotar Voldemort, mas, mais uma vez, Harry deve enfrentar seus próprios testes com pouca informação sobre o papel que vai ter em toda a operação.

Trama confusa

Rowling mantém a narrativa em um ritmo magnífico, e quem não leu os livros anteriores pode achar a disposição dos personagens e as histórias confusas.
De uma forma geral, os livros de Rowling têm tramas excessivamente intricadas e já no início parecem sucumbir sob o peso das histórias anteriores.
No entanto, de volta ao acolhedor cenário da escola de Hogwart's, o livro reencontra o seu ritmo.
Em seu mais recente trabalho, a autora também acrescentou uma camada emocional aos personagens, que ganham profundidade e parecem mais conectados com os dramáticos eventos do livro.
Há uma grande tensão entre os três amigos - Harry, Ron and Hermione - que tentam se ajustar ao amadurecimento e às responsabilidades.
Nos livros anteriores, Rowling evitou a descrição das mudanças da puberdade. Neste, ela começa a abordá-las, embora com mais conservadorismo do que seria necessário.
A maior batalha de Harry é contra as suas próprias emoções. Durante todo o livro, ele tem que lutar contra o seu temperamento e lidar com os seus sentimentos por Cho Chang.
O protagonista se acha "consumido pela raiva e pela frustração, rangendo os dentes e apertando os punhos".
O livro é mais sombrio do que os outros quatro com Voldemort conseguindo espalhar sua má influência, que é sempre contrabalançada pela Ordem da Fênix.

Morte

Muito foi dito sobre a morte que ocorre no livro, e o capítulo em questão lida bem com o assunto. Rowling tem sido muito econômica no uso da morte em seus livros, talvez cuidadosa com um público muito jovem. Dessa forma, a tragédia tem um grande impacto sobre o leitor e, é claro, sobre harry.
O livro é centrado na luta do bem contra o mal - entre o pequeno grupo que quer combater o mal, e a legião de céticos que estão cegos pela ignorâcia ou não têm coragem de enfrentar Voldemort.
Para um livro tão longo, de 766 páginas, Rowling se sai surpreendentemente bem - e quase sem esforço - na arte de manter a atenção do leitor.
Ela também é mestre em manter o suspense para o próximo livro. Assim que termina a última batalha deste livro e o feiticeiro Dumbledore explica a todos o que aconteceu, as atenções se voltam para os desafios que aguardam os personagens nos sexto e sétimo livros da série.
Apesar dos exageros, Rowling conseguiu criar um livro que não vai desapontar os fãs de Harry Potter.
Ela pode não ter as habilidades poéticas de Philip Pullman ou a imaginação de JRR Tolkien, mas conseguiu se estabelecer como uma das melhores autoras de ficção infantil desta geração.

[BBC]

ouvindo: That Thing You Do - The Wonders (2:55)

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