22.6.03

Sei que a notícia é velha... mas...

Terremoto atinge Amazônia
21/Jun/2003

Tremor de 7 graus na escala Richter, embora considerado de grande intensidade por especialistas, não deixou vítimas nem danos materiais

SÃO PAULO – Um forte tremor de sete graus na escala Richter atingiu a Floresta Amazônica por volta da 1h20 (3h20, em Brasília) de ontem, sem causar danos ou vítimas. A informação é do Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília.
“O sismo é considerado grande, mas como teve seu hipocentro (profundidade) a 553 quilômetros da superfície, ele não foi sentido”, afirmou o professor do observatório da Universidade de Brasília (UnB) Vasile Marza.
Ele acrescentou que a cidade mais próxima do epicentro não sentiu o tremor. “Liguei para a prefeitura de Cruzeiro do Sul, no Acre, e fui informado que o abalo sísmico não foi sentido.”
A cidade de Cruzeiro do Sul fica a 115 quilômetros do epicentro, que é o ponto da superfície terrestre atingido em primeiro lugar e com mais intensidade pelas ondas sísmicas.
Neste caso, ele aconteceu na região da selva, no Estado do Amazonas. Um terremoto de 7 graus perto da superfície terrestre em uma área povoada poderia ter causado vários danos, disse o professor.
De acordo com ele, o terremoto foi causado pela movimentação mecânica de placas tectônicas na região sul. “O abalo sísmico é um reflexo do mergulho da placa de Nazca, localizada no Pacífico Sul, sobre a placa sul-americana”, explicou Marza.
Em abril deste ano, um tremor de 5,9 graus atingiu a mesma região da Amazônia. Em outubro de 2002, outro terremoto de 6,9 graus foi registrado na mesma área mas, como também tinha uma grande profundidade, não foi sentido.
Os terremotos que atingiram a Argentina e o Chile na manhã de ontem podem estar relacionados com o tremor ocorrido no Amazonas. “Um sismo pode criar um estado de perturbação que, em condições favoráveis, pode desencadear outros terremotos. “É provável que isso tenha acontecido, podemos aceitar relação entre eles”, afirmou o professor.
De acordo com os cientistas, os terremotos na Amazônia têm características diferentes dos tremores vistos em Caruaru, Agreste pernambucano, por exemplo. Normalmente, na Amazônia, os abalos não são sentidos pela população, pois ocorrem numa região muito profunda da Terra (cerca de 500 quilômetros). Além disso, eles têm uma magnitude relativamente baixa.
“Em Caruaru, com magnitude 1,5 já dá para ser sentido pelas pessoas, porque os tremores são mais superficiais. Na Amazônia, os tremores costumam ser sentidos com magnitude acima de 6”, compara Joaquim Ferreira, coordenador do Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

[JC]

ouvindo: Amazon Rainforest - Sounds of Nature (59:27)

Nenhum comentário: