Para alemães, Bush e Saddam são a face de uma mesma moeda
BERLIM - Os alemães acreditam que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, é uma ameaça tão grande à paz quanto o líder iraquiano Saddam Hussein, segundo uma pesquisa divulgada ontem pela empresa Forsa, uma das principais da Alemanha. Perguntados qual dos dois líderes representa uma ameaça maior ao planeta, 38% responderam Bush e 37%, Saddam. Outros 16% acreditam que ambos os presidentes têm o mesmo nível de periculosidade.
A pesquisa, publicada pelo grupo ambientalista Greenpeace, mostrou também que 82% dos alemães não foram convencidos pelos argumentos dos Estados Unidos em favor da guerra.
Com relação aos motivos que movem os Estados Unidos em direção à guerra, 87% dos entrevistados citaram um desejo de controlar a indústria petrolífera iraquiana, enquanto 64% citaram a guerra contra o terrorismo e 24%, a construção de uma democracia no Iraque. A Forsa entrevistou 1.002 pessoas em meados de fevereiro. A margem de erro da pesquisa é de três pontos porcentuais.
Central sindical
A maior federação de sindicatos dos Estados Unidos declarou sua oposição à guerra contra o Iraque no atual momento sob a alegação de que o presidente George W. Bush não expôs argumentos convincentes para atacar sem apoio dos aliados norte-americanos.
O conselho executivo da AFL-CIO, formada por 65 sindicatos, encerrou sua reunião de quatro dias com a aprovação por unanimidade de uma resolução com palavras escolhidas a dedo e que também diz que Saddam Hussein deve ser desarmado, mas apenas "uma ação multilateral por resolver o assunto, e não unilateral".
A organização sindical reservou palavras duras para Bush. Sem citá-lo nominalmente, os trabalhadores organizados acusaram o governo norte-americano de dissipar toda a boa vontade resultante dos atentados de 11 de setembro de 2001 e insultar as nações aliadas. "O presidente não cumpriu com sua responsabilidade de fornecer uma explocação coerente ao povo norte-americano e ao mundo", diz a resolução.
Os sindicatos dos Estados Unidos normalmente apoiavam ações militares no passado, tendo fornecido inclusive forte apoio à Guerra do Vietnã. "Devido aos padrões históricos, isto é incomum e muito significante", disse Robert Bruno, professor de assuntos trabalhistas da Universidade de Illinois.
[Tribuna Imprensa]
Nenhum comentário:
Postar um comentário