7.11.09

Amigos

hä um bom tempo atraz eu escrevi alguns textos/contos, e aqui publiquei quase todos, mas, buscando por eles notei que alguns faltavam, então criei um marcador :Textos meus e estou colocando os que faltavam.

Abaixo segue mais um: Amigos

Amigos

— Eu me flagrei pensando em você... em tudo que queria lhe dizer... numa noite especialmente boa...
— Hummmmm, tá conquistador hoje?
— Hoje só? Eu sou um conquistador nato!
Riram os dois.
— Bó sair hoje? Vai a galera toda...
— Vou não cara, vou ficar na casa da patroa...
— Ah, então vocês estão bem pacas, né?
— É... (fez cara de “podia estar melhor”)
Foi para sua casa, a fim de tomar um banho e ver sua amada. Ao chegar em casa, ouviu através de um telefonema que ela estava muito cansada, queria dormir cedo.
— Tudo bem, você precisa descansar mesmo, outro dia a gente se ver...
Não era a primeira vez que isso acontecia, na verdade, ultimamente isso vinha ocorrendo com muita freqüência. Ele sentia que ela já não estava tão ligada a ele, não parecia estar interessada no namoro.
Ele perdeu completamente a vontade de ir a qualquer lugar, e resolveu que não ligaria mais para ela, só para testar até quando eles ficariam sem contato.
Para se distrair, acessou a internet, encontrou velhos amigos e conheceu uma nova amiga.
Depois de um tempo de conversa descobriu que essa nova amiga conhecia a sua namorada. Conversaram um pouco sobre ela, mas a amiga não quis falar muito, por não conhecê-la tão profundamente. Mesmo assim ele comentou sobre a mudança de comportamento, o que estava fazendo com que ele perdesse o interesse na relação.
— Sabe aquela música “Sozinho” de Caetano Veloso?
— Sei...
— “Por que você me deixa tão solto? E se eu me interessar por alguém? E se ela derrepente me ganha?” “Não sou e nem quero ser o seu dono... é que um carinho às vezes cai bem...” Tá ligada?
— Tou... acho que você deveria conversar com ela...
— É, se ela quisesse... Eu tou tentando já tem um mês...
E entraram em outros assuntos. Realmente iniciava-se uma amizade forte. Passavam horas conversando... perdiam até o sono durante as madrugadas.
Uma semana, duas, e ela não ligava. Ele se pegou várias vezes quase ligando, mas conseguiu se segurar. O que mais o espantava era que ele já não sentia tanta falta assim. Ele começou a perceber algumas coisas em sua namorada que ele não havia percebido antes, e isso começou a incomodá-lo cada vez mais, até ele chegar no ponto de não suportar tais características dela.
E sua amiga sempre do seu lado, lhe ajudando de alguma forma. Um dia ele tomou uma decisão, nem comentou com ninguém, simplesmente pôs um fim no namoro que já nem assim se podia chamar. Ele não tinha a intenção de namorar sua amiga, apesar de algumas pessoas próximas acharem que sim. Naquele momento ele apenas queria se sentir melhor, e ao lado dela ele se sentia seguro, ela trazia um sentimento de paz, alegria.
Todas as vezes que ia sair, dava um jeito de convidá-la, pedia, implorava, suplicava que ela fosse, e quando ela não ia, ele também não queria mais sair. Mas quase sempre ela o atendia.
— Ei, bora para o cinema? Ver aquele filme que tu tas querendo ver, eu também, mas a galera não...
— De que horas?
— Agora!
— Tá bom... Já já chego aí...
Começa o filme, e como de costume os dois estão conversando. Do nada ele calou-se e ficou admirando a beleza dela, o jeito dela falar. Foram poucos segundos, até ela perceber que ele a estava olhando, mas para ele foi uma eternidade, onde ele pôde pensar um zilhão de coisas, imaginar como seria, e até perguntar se ela diria “sim”.
— O que foi?
— Nada...
E seus rostos se aproximaram. Finalmente sentiram os lábios se tocaram. Um calor formigante misturado com frio tomou conta dele. E naquele momento ele só conseguiu pensar: “é ela!”



Suzana Ferreira
Agosto de 2002

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