26.7.02

é... eu não fui durmir...
mas continuo chata...
mesmo assim vou postar um texto legal que acabei de ler:
Fiscais da genitália alheia
[por André Fischer]
O poder público tem o direito de normatizar a vida sexual das pessoas? A discussão que vem ocupando o movimento gay paulistano é a novela do abre-fecha do "Autorama", no parque Ibirapuera, famoso ponto de pegação (ou de socialização, eufemismo que deixa mais tranquilos os politicamente corretos) da cidade. A administração do parque alega ser "imoral" a movimentação noturna do estacionamento entre a Bienal e o Detran e mandou colocar grades proibindo a entrada após as 20h. A gritaria dos frequentadores fez com que a Secretaria Municipal do Meio Ambiente declarasse a intenção de transformar o local em "espaço de integração e não de exclusão". A proposta seria a criação de um "jardim gay" iluminado, onde seria realizado um trabalho de conscientização e cidadania. Poderiam também incluir no projeto estátuas de Freddie Mercury e Aracy de Almeida e som tocando "I Will Survive". Pelo menos criariam um ponto turístico. A iniciativa da secretaria parte de uma premissa equivocada. A busca de parceiros em espaços públicos não é motivada pela exclusão social de homossexuais. Ninguém o faz por necessidade, mas por puro fetiche. Prova disso é que encontros sexuais em parques acontecem em comunidades de enorme tolerância como San Francisco e Amsterdã. Se o "Autorama" for fechado ou transformado em um insulso "espaço de convivência", em poucas semanas seus frequentadores encontrarão outro local para seus encontros, provavelmente mais ermo e perigoso. Civilizado mesmo seria colocar na entrada um posto com policiais treinados para evitar assaltos, violência e extorsão de outros policiais. Considero muito mais imoral crianças consumindo crack nas ruas do centro ao meio-dia do que bichas se pegando num canto escuro do parque no meio da madrugada. No segundo caso, pelo menos, só vê quem quer.
[tirado do Doe Sangue e Me Dê Seu Telefone]

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