30.5.03

ouvindo: Still Loving You - Scorpions (06:27)


Entrevista
Poderia ser assim, talvez não:

— Mas o que você viu em mim?
— Não sei, apenas vi. Vi que você me olhava e olhei pra você. E naquele um segundo, dois, três, quatro, cinco... não desgrudei meu olho do teu que não desgrudou do meu. E talvez eu tenha visto o que você não queria que fosse visto – que não é esse óbvio que você está pensando –, nem no espelho onde você nada viu. O que posso fazer? Vi. Vi você. Ou não, acho que me vi. Você me olhou com tanta força que roubou meu olhar e eu vi o que vias: meu reflexo. E você? Viu-se em mim também a ponto de perder seus próprios olhos? É inesperado, mas não deixa de ser curioso...
— Por que eu?
— Ah, não sei! Essa eu também pergunto: por que eu? Por que eu soube e vi? Por que eu estava ali e você também? Talvez você deva perguntar "por que você?", mas eu temo que a única resposta adequada seja "porque sim" em ambos os casos. Só que sozinho eu não sei dizer.

Gui

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